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Relatório do Ecad mostra efeito da pandemia no mercado de shows
16 Set
Fabio Battaglin

Relatório do Ecad mostra efeito da pandemia no mercado de shows

No ano em que começou a pandemia de covid-19 (2020), o Brasil teve 15 mil apresentações de shows e espetáculos, segundo o relatório O que o Brasil ouve, divulgado hoje (15) pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad). O número representa queda superior a 80% em comparação a 2019, quando foram registrados cerca de 83 mil espetáculos e eventos por todo o país.

Segundo o Ecad, foram coletados dados dos anos de 2021, 2020 e 2019, que apontam o que aconteceu no mercado de eventos musicais, a partir da restrições impostas pela pandemia eventos em todo o país. 

Em 2019, os quatro estados da Região Sudeste concentraram 50% dos espetáculos e apresentações. São Paulo liderou o ranking, com mais de 30% do total realizado. O relatório mostra que ainda em 2019, o segmento show distribuiu R$ 95 milhões para mais de 56 mil compositores e editores.

Em 2019, a arrecadação do Ecad em todos os segmentos, além de espetáculos, totalizou R$ 1,12 bilhão e foram distribuídos R$ 986 milhões, beneficiando 383 mil artistas.

Pandemia

No ano passado, o total de apresentações caiu para 15 mil, das quais a maioria ocorreu ainda no primeiro trimestre, antes das restrições impostas para impedir a disseminação da covid-19. No ranking das maiores arrecadações, destaque para três eventos relacionados ao carnaval: os blocos de rua do Distrito Federal, o Camarote Salvador e os desfiles das escolas de samba do grupo A no Rio de Janeiro.

De acordo com o relatório do Ecad, em 2020, a gestão coletiva distribuiu R$ 24 milhões em direitos autorais para mais de 14 mil compositores e demais artistas pelas músicas tocadas durante o carnaval, com aumento de 12,5% em relação a 2019.

A paralisação dos eventos presenciais impactou no pagamento de direitos autorais, refletindo a crise econômica gerada pela pandemia. Como resultado, cerca de 16 shows e eventos realizados em 2020 ficaram inadimplentes.

O relatório indica que, em 2020, foram distribuídos R$ 78,3 milhões para mais de 85 mil compositores e editores no segmento de show, com queda de cerca de 20% no valor distribuído em relação a 2019.

Já a arrecadação total somou R$ 905 milhões, mas com as ações efetuadas pelo Ecad, como distribuições extras e repasse de direitos a eventos no streaming, a distribuição alcançou R$ 947 milhões, beneficiando 263 mil artistas e demais titulares.

2021

Nos seis primeiros meses de 2021, o segmento de shows mostrou queda significativa de mais de 75% no valor do repasse na distribuição de direitos autorais em comparação com o primeiro semestre de 2020. Apesar do cenário de pandemia, somente no primeiro semestre de 2021, o Ecad arrecadou quase R$ 472 milhões e distribuiu R$ 399 milhões em direitos autorais​ para ​​​mais de 185 mil titulares.​​​

O relatório informa que os rendimentos distribuídos pela gestão coletiva no acumulado de janeiro a junho deste ano mostram que os compositores e demais titulares continuam sentindo os reflexos da pandemia.

De acordo com o Ecad, o valor representa retração de 19% em comparação a igual período do ano passado, considerando todos os segmentos de distribuição e não apenas os espetáculos.

A superintendente executiva do Ecad, Isabel Amorim, acredita que a vacinação da população acena para novos e positivos tempos para a indústria da música e todos os que vivem dela. Segundo Isabel, o segmento de shows e eventos é muito importante para os compositores e artistas no Brasil e foi um dos primeiros segmentos obrigados a parar, sendo um dos últimos que retornará à normalidade:

“Esse foi um dos segmentos que mais sofreu e é o que mais depende do avanço da vacinação da população, porque promove eventos e atividades que reúnem as pessoas e a música. A expectativa de todos na indústria da música é que haja segurança para a volta dos shows e a retomada do setor”.

Segundo a superintendente, o mercado já começa a apresentar sinais de movimento no Brasil, apesar das restrições e dos protocolos ainda impostos pela pandemia do coronavírus. Para 2022, já estão anunciados grandes festivais, como o Rock in Rio e o Lollapalooza.

 

Créditos: Agência Brasil

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